Provocando quizilias com a sua política pouco socialista, penalizadora das classes mais baixas enquanto fomenta um protectorado empresarial, ao mesmo tempo que o povoa. Enquanto agrada os senhores da Europa, fundamentalmente Alemanha e França que lucram directamente da expeculação económica que advem dos altos juros cobrados aos paises em dívida, o PS subtrai enquanto pode, mantendo uma retórica arrogante que vê reflexo em muitos portugueses que confundem arrogância ostenciva com segurança, responsabilidade e sentido de dever.
Sejamos realistas, o PSD é um partido de direita, com um programa de direita; liberalização dos mercados, privatizações, menor peso do estado em sectores importantes como a saúde, etc. A questão de isto tudo ser discutivel esbarra com o estado moribundo do país. Numa avaliação sensata é claro o caminho de consertação geral, numa acção activa dos principais partidos com assento parlamentar, tal como aconteceu na Irlanda. Francisco Assis, líder parlamentar do PS disse isso mesmo. O PS fará tudo para que o futuro passe por esta conjectura, com ou sem um PSD a governar pelo meio, eu prefereria que não, por duas razões: -a primeira já referida é a continuação de uma política de direita que não beneficia nada o estado actual do país. Permitam-me uma adenda, as ideologias políticas devem ser aplicadas consoante o estado actual das coisas, nada de infléxivel, mas sim uma utopia de conveniência. -a segunda é que com o PSD no governo e um PS de Sócrates na oposição que sabe utilizar a comunicação social, que se articula e difunde assente numa novilíngua, tudo ferramentas de desinformação, que mérito seja feito o PS tão bem domina, em minha opinião enfraqueceria rapidamente o PSD, que não sendo ingénuo é mais inábil, que no poder demoraria a reunir as ferramentas, muitas delas desleais que o PS aquando governo foi colecionando.
Esta conjuntura agrada ao PS que assentou uma estratégia que tem por ironia a aproximação à realidade dos processos.
E agora em relação ao PEC 4, ou o líder da oposição dialoga com o governo e vê-se mais uma vez trapaceado, ou abre-se uma crise política que certamente o PS saberá tirar proveito, mas que levará a dois dos cenários já referidos; base de consertação ou PSD no governo.
É neste ponto que a sorte do PS poderá mudar, porque se um PSD no governo conseguir criar uma economia sustentável, apoiando sectores primários como o da pesca, aumentar exportações, diminuir dependência energética, dar condições às pequenas e médias empresas (que pelos visto só importam em campanha), permitindo-lhes competitividade, com prejuizo dos feudos partidários no sector económico, que tanto PSD como PS de forma mais expressiva fomentam, lobbys esses que financiam as máquinas partidárias e asseguram a sua manutenção. Se o PSD conseguir isto tudo e ao mesmo tempo diminuir a pressão fiscal dos contribuintes, aí o PS não terá argumentos para sugerir a tal plataforma governativa, a tal base de consertação aquando o poder lhe fugir dos pés.
Parece-me então uma tarefa hercúlea para o PSD. Vejo-me portanto obrigado a constactar o brilhantismo da estratégia do PS. A ver vamos se o futuro encontra outras alternativas que não estas aqui expostas.