domingo, 4 de março de 2012

homage


Seguindo os rebordos tisnados a cinza daquelas montanhas que o limitavam, mal tinha saído do sítio civilizacional que o repudiou e eis que chega a uma barraca qualquer que vendia vinho aos caminhantes. Hei, disse ele enquanto passava, cara voltada para o taberneiro, ponderando aos solavancos se haveria de parar. Hei, disse mais uma vez, olhe que o caminho é longo, principalmente para os desnorteados. Sente-se. Sentei-me, bebi, resguardei-me para o caminho.
Eram poucos os sítos onde o caminhante, eu, podia pegar nos pensamentos e atira-los para trás das costas, num gesto elegante e efemininado.
Três rupias. O quê, é caro, nem meia rupia isto vale, é caro. Não pago. Três rupias, e a bola gorda ganha massa vertical ocupando espaço vazio, com uma faca que sufocava nos seus dedos achouriçados.
Matei-o três vezes, pela insolência e fiz-me à estrada. Tisnando os rebordos a cinza por ali a fora, como um campino feliz.