domingo, 19 de agosto de 2012

o reino...

No meio da floresta húmida as rodas de um carro rubro alisavam o tapete de veludo com o peso de uma tonelada e tanto, mais uma figura longilínea munida de objectos metálicos de cor de oiro. No fundo não se ouvia o arfar de um mocho ou a morte cantando cantigas de sofisma e ainda assim carregada no coração, num pelouro importante e sufocado de visão curta e reacção rápida. Abre-se a mala mágica do artefacto locomotor e um ente pequeno é levado às costas negando o cheiro que o envolvia, se o havia, se não teria sido também ele levado pelo vácuo apaziguador do músculo vermelho turbinado. Enfim, encontram-se presos um ao outro por saliva e camas de terra e pontas e dedos nas concavidades da matéria. Ora nos olhos, ora na boca, descobrindo a resistência da carne, rompendo-se generosamente esperando que o fim seja um período a lembrar à distancia. E da lua se fez leite triunfante, espalhado hegemonicamente pelo peito sofredor que depois de aberto permitiu-se à obscuridade de uma mão esfomeada. Que o azul desceu sobre a paisagem, que a mágoa obsoleta se lhe verteu dos olhos. Já se sabia.