Havia,no tempo em que o tempo não era contado,uma aldeia com cem habitantes.Nem mais homens nem mais mulheres,nem mais adultos nem mais crianças.
Contavam os anciães que o centésimo primeiro a nascer seria entregue aos deuses em troca do equilíbrio da aldeia e sob promessa de boa vindima.
Nzagaldima Atchunba tava em pânico por sua gravidez estar no terminum e receava pela vida daquele que seria o primogênito.
Desesperada foi buscar um punhal.Bonito punhal ornamentado a oiro.Mágico diziam.Roubara-o ao feiticeiro.Correu em direcção a sua mãe,cujo corpo amorfo e despejado de alma jazia inerte e pestilento,qual vegetal apodrecido.
O ar gritava de roda do punhal,o coração batia,as lágrimas caíam sobre seu véu lápis-lazúli.Sua mãe fixou o olhar,outrora vago,nela.Não era um olhar de socorro,era de súplica.Pedia-lhe para não se deter no seu acto...porém...como que fulminada por algo que ela não entendia,Nzagaldima largou o punhal.Sentia agora fortes contrações.
Num suspiro fresco algo brutou das entranhas daquela mulher,o que aquilo era...não era pessoa...tinha uma cauda...não era pessoa que se definia à beira daquelas pernas acolhedoras.Era um animal...era um Deus...era o Deus que os homens temiam...que os homens evitavam.
Ergueu-se no céu como tubarão,fulminante,de olhar incapacitante,filho do trovão,da mulher...e proferiu docemente:
-Quase todos irei matar.Pois o equilíbrio não é coisa para Homem julgar.O filho de todo o pecado tardou...Pois agora que cá estou...Não há volta que volte a pôr as coisas no seu lugar.
Foto do Deus Tubarão
domingo, 19 de agosto de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
deveras emocionante o teu relato!!!!
tem cor, cheiro e alma.
clap clap clap
Boa história sim senhor,é original ou copiaste?
passa pelo meu blog tenho lá boas histórias, parecidas com essa.
http://novos-mitos-urbanos.blolgspot.com
Brigado pá.
É original.
Exelente!!! Uma história muito peculiar e mesmo ao teu género!!
Continua assim... =)
BRING IT ON!!!
Lempicka
*exCelente
Ups!!
LOL
Lempicka
Postar um comentário