sábado, 2 de maio de 2015

Licantropo

Amor que existe
Como menstruação coagulada
Que a mim ninguém me assiste
Nem a dor de parto de puta, nem nada

Se desejo houvesse
Para além da minha janela
Na tua, se não me mordesse
Perversa mentirosa, porcelana, bela

Se desejo eu tivesse
Talvez voasse como um homem
Daqueles a sério, de pedra
Daqueles de verdade, alarves

Mas vergonha, também sinto
Na cara, pois então
E cada vez que eu me venho
É cortês lamberes um limão

Medo do medo...

Na vã, santa constipação. Na viagem ou alunagem se fez rica. Morde o cão, morde João. Gostas dela? Vai João, atira-te que ela é de certa cor por fora e por dentro de outra. Que pecado ser vaiado pela malta de Aljustrel. Que pecado ser lambido por aquela língua de fel. Vai Armando, vai Joel. Compra-me o diário de ontem.